segunda-feira, 2 de maio de 2011

Piscicultura recebe investimentos do governo.

Para comprovar que os investimentos no setor de piscicultura estão a todo vapor no Acre, o governador Tião Viana participou na manhã de sábado de um workshop sobre criação de peixes.
Além do governador estavam presentes o secretário de Comércio e Indústrias, Edvaldo Magalhães, e o secretário de Agricultura e Pecuária, Mauro Ribeiro, entre outras lideranças do Estado.
O diretor do Projeto Pacu, Jaime Brun e o técnico do projeto, Martin Halverson, ministraram palestras explicando como funciona o projeto que investirá R$ 40 milhões no setor da criação de peixes no Acre.
Entusiasmado com as perspectivas que começam a tomar forma no Acre, Tião Viana afirmou que o projeto será uma parceria público-privada, onde o governo entrará com investimentos de R$ 20 milhões e os empresários com os outros R$ 20 milhões, totalizando R$ 40 milhões.
“O governo quer fomentar um projeto que gere R$ 350 milhões por ano na produção de peixes e precisa da força de trabalho dos produtores rurais. Já tem muito trabalho, mas agora o que a gente precisa é ampliar. Eles vão entrar com a outra metade desse projeto que é o Complexo Industrial que o governo vai estar junto com eles, executando, e a partir daí nós vamos ter a ração da melhor qualidade do Brasil, produzida aqui com o aproveitamento do couro, de todos os subprodutos, até o filé do peixe”, detalhou o governador.
De acordo com análises técnicas, a margem de lucro do peixe é de 30%. Isso, segundo Tião Viana, representa mais de 25% superior em termos de quantidade à renda do gado. 
Tião ressalta que todas as regiões do Estado que estejam aptas para a criação de peixes devem participar desse projeto.
“Bastar ter água. E o Acre inteiro tem muita água, luminosidade e um ambiente natural que permite o bom desenvolvimento do peixe”, observa.
RO terá Secretaria da Pesca, garante Confúcio.
Um dos assuntos em pauta na reunião foi a criação de uma Secretaria Estadual de Pesca e Aquicultura. De acordo com a ministra, a secretaria daria agilidade e garantiria retorno de mais recursos para o Estado.
“Alguns estados já criaram a secretaria e com essa estruturação puderam garantir mais recursos. Quando se tem uma estrutura, também se tem políticas focadas. Mas não há necessidade de ser uma grande estrutura”, explicou Salvatti.
O governador Confúcio Moura disse que a ideia é bastante válida e que o Estado irá fazer um estudo para analisar a possibilidade da criação de uma secretaria com foco no setor pesqueiro, tendo em vista que Rondônia é um dos maiores produtores de peixe em cativeiro da Amazônia.
A piscicultura rondoniense teve início de forma amadora e aos poucos vem adquirindo estrutura profissional e competitividade, graças aos investimentos dos produtores, do governo do Estado e demais parceiros.
“Hoje tem espécie cujo custo da ração gira em torno de 70%. Estamos fazendo um estudo para desonerar a ração do peixe e precisamos de parcerias para promover também a exoneração tributária, porque o ICMS pesa muito.
Muitos estados são isentos desses tributos ou têm taxas baixas,” disse a ministra, que completou dizendo que, “a pesca só poderá ser mais avançada quando dermos o mesmo tratamento que é dado à carne bovina e de frango”.
Produtores entusiasmados
O produtor José Ivan Barbosa que trabalha no setor de piscicultura há aproximadamente 25 anos, comemora esse investimento no setor da pesca e disse que produtores abracem essa chance. “Hoje nós temos um Estado que tem apenas 15% da sua floresta derrubada e a piscicultura pode continuar mantendo essa preservação, essa floresta de pé, porque a piscicultura freia esse desmatamento, freia o uso de agrotóxicos. Com isso mantemos a água limpa, com um ph bom. Por isso, temos tudo para dar certo”, ressalta.
Ivan Barbosa disse que dá para viver de pesca no Acre, principalmente se comparar o preço de um quilo de peixe que varia entre R$ 7 a R$ 8 e de uma carne que chega a R$ 5.
O produtor Ivan conta que antes desses investimentos do governo ele transportou para São Paulo 300 peixes vivos, em tanques, até a cidade de Mococa. Em São Paulo os peixes se reproduzem em estufas, por isso, ele destaca que o Acre tem as melhores condições para a criação, pois aqui os alevinos são criados em açudes.
De acordo com o governador, o produtor que quiser participar desse projeto deve procurar primeiramente uma associação ou sindicato rural e entrar fazendo parte como empresário de porte médio ou grande. Podem se associar na Secretaria de Indústria e Comércio, na Secretaria de Produção e Agricultura Familiar e na Secretaria de Agricultura e Pecuária.


Nova fase para o Acre
Segundo o secretário de Comércio e Indústria, Edvaldo Magalhães, o complexo industrial será administrado pela iniciativa privada e o governo será o indutor do negócio.
“Para ser o indutor nós vamos proteger os pequenos empresários e abrir as portas para os grandes empresários. Vamos ter participação de cooperativas, de associações e a participação individual do produtor. Cada um conforme a sua potencialidade, o seu espelho d’água a possibilidade de investir recursos”, explica Magalhães.
Na avaliação de Edvaldo Magalhães, essa parceria entre empresários e governo deve inaugurar uma nova fase para o setor comercial do Estado. “Com isso, será construída uma nova etapa dos negócios do Acre, onde não apenas o governo se comporta como paternalista, mas onde o governo faz o investimento e chama também para apostar no negócio aqueles já estão na iniciativa privada”, analisa o secretário.
As pretensões de mercado para esses peixes que são produzidos no Acre, de acordo com Edvaldo Magalhães, vão “além-mar”. Os planos são de exportar para o Brasil e para mercados americanos, europeus e ainda, da Ásia. “Mercado não é problema para a piscicultura”, avisa.
Outra proposta do governo, revelada por Tião Viana, é assim que os peixes entrarem na fase da filetagem, que ele seja incluído no cardápio da merenda escolar. O governador ressalta que isso será benéfico à saúde das crianças “porque o peixe é um dos melhores alimentos em proteínas”.
Apoio à pesca deve ser ampliado, defende Marinha Raupp
O fortalecimento de toda a cadeia produtiva da pesca foi defendido pela deputada Marinha Raupp (PMDB), durante visita da ministra Ideli Salvatii, em Rondônia. A parlamentar pediu a desoneração do negócio da pesca e a ampliação do apoio às colônias de pescadores e ressaltou o compromisso do governador Confúcio Moura com o setor pesqueiro no Estado de Rondônia.
A deputada fez um resgate histórico da atividade pesqueira em Rondônia. Marinha registrou o pioneirismo do produtor Pedrinho Yokoyam, do município de Pimenta Bueno, que ainda na década de 80 teve ousadia de iniciar uma atividade produtiva de tanta relevância para a economia do Estado. “A semente lançada por este pioneiro nos motivou a assumir esta importante bandeira, que hoje precisa de pesquisa e redução na carga de impostos”, afirmou o parlamentar.

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