segunda-feira, 2 de maio de 2011

HORA DA PISCICULTURA


04/03/2011
Piscicultura é alternativa inteligente e economicamente viável para a produção de carne em escala com redução de impactos ambientais. Esse casamento mais que perfeito foi tema de uma reunião ontem, do governador Silval Barbosa com a ministra da Pesca e Aquicultura, Ideli Salvati, no Palácio Paiaguás.
Até então, Mato Grosso não tem política para a piscicultura. Ainda assim, é o oitavo Estado no ranking da produção de peixes com despesca anual acumulada de 35 mil toneladas. O volume nacional/ano é de um milhão e duzentas mil toneladas.
A quantidade de peixes criados pelos 1.500 piscicultores mato-grossenses poderia ser bem maior se todos tivessem acesso à linha de crédito do Pronaf Peixe. No entanto, por falta de licenciamento ambiental, 1.200 donos de piscicultura são excluídos dos financiamentos. Esse cenário e a necessidade de expansão da atividade trouxeram a ministra a Mato Grosso em busca de solução junto ao governador.
A base da piscicultura são os pequenos piscicultores que desenvolvem a atividade em tanques com até 5 hectares (ha). Sabedora dessa realidade a ministra propôs parceria com Mato Grosso para que o governo estadual passe a outorgar licenciamento ambiental de até 5 ha por CPF ou CNPJ nos moldes do que é feito com sucesso no Acre.
Cristalizada a parceria do Estado com o Ministério da Pesca e a anuência do Ministério de Meio Ambiente por meio do IBAMA, Mato Grosso entraria em nova fase da piscicultura, com os piscicultores sendo contemplados com o Pronaf Peixe, que no exercício em curso tem R$ 14 bilhões para financiar a atividade.
Ideli e Silval estão afinados quanto ao projeto de fortalecimento da piscicultura. Após se reunir com a ministra o governador disse aos jornalistas que o peixe de tanque pode se tornar alternativa alimentar e chegar à mesa do consumidor a preço mais barato que a carne bovina, suína ou de aves.
Para a agricultura familiar a piscicultura é importante atividade; além de assegurar renda, a criação de peixes em tanques contribui para que a família continue morando na zona rural, por exigir dedicação permanente. Explorada por associativismo ou cooperativismo permite a verticalização de sua produção com aproveitamento do couro para fabricação de cintos, bolsas e sapatos e para exportação.
A piscicultura tem um promissor futuro em Mato Grosso e ocupará importante espaço na economia e no equilíbrio social junto a parceleiros da reforma agrária, sitiantes, chacareiros e até mesmo na atividade em escala.
Por mais que cresça a piscicultura não prejudicará os segmentos pecuários da bovinocultura, suinocultura e avicultura, que tem mercados internacionais garantidos e contribuem decisivamente para o desenvolvimento. Seu incremento é importante porque contribui para a abertura de mercado a um segmento da população ainda parcialmente excluída do mercado produtivo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário