quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

A IMPORTÂNCIA DO FÓSFORO NA PRODUÇÃO AMBIENTALMENTE SUSTENTÁVEL EM AQUICULTURA

Cacilda Thais Janson Mercante, Júlio Vicente Lombardi e Clóvis Ferreira do Carmo, pesquisadores científicos do Instituto de Pesca, www.pesca.sp.gov.br--- O fósforo é elemento essencial para a manutenção da vida de todos os organismos, inclusive os aquáticos.--- No cultivo intensivo de peixes, grande parte dos problemas de qualidade da água se deve ao uso de alimentos de má qualidade e de estratégias inadequadas de alimentação. A incidência de doenças e parasitoses aumenta quando se reduz a qualidade dos alimentos e da água, podendo causar significativas perdas durante o cultivo. Em relação às questões ambientais, há de se considerar também que um dos fatores responsável pela degradação da qualidade das águas dos rios é a falta de tratamento de efluentes lançados em seu percurso.--- Estudos apontam que as atividades voltadas à aquicultura produzem e lançam efluentes com elevadas quantidades de fósforo, contribuindo para o processo de eutrofização dos corpos d'água [tipo de poluição aquática causada por excesso de nutrientes, que pode acarretar crescimento descontrolado de plantas aquáticas tais como o fitoplâncton (algas microscópicas)]. Dentre esses estudos destacam-se aqueles desenvolvidos pelo Instituto de Pesca [vinculado à APTA (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo] nos últimos anos, financiados pela FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). Eles enfocaram a ecotoxicologia da água doce de viveiros de peixes, rãs e camarões, e aspectos limnológicos como concentração de nutrientes e valores de pH, temperatura e turbidez, dentre outros.--- As figuras a seguir mostram a fase 1, em que o ambiente aquático se encontra em equilíbrio; a fase 2, evidenciando a entrada de alimentos compostos principalmente por nitrogênio e fósforo, dos quais parte é consumida por peixes e parte fica na água em forma de resíduos. A fase 3 representa um intenso processo de eutrofização, no qual o crescimento descontrolado do fitoplâncton acarreta mortandade de peixes devido à redução do teor de oxigênio dissolvido na água, principalmente do anoitecer até as primeiras horas da manhã, resultante da respiração dos organismos aquáticos. O Artigo no 24 da Resolução CONAMA 357/2005 estabelece: "Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados, direta ou indiretamente, nos corpos de água, após o devido tratamento e desde que obedeçam às condições, padrões e exigências dispostos nesta Resolução e em outras normas aplicáveis". Portanto, nas atividades voltadas à aquicultura é necessário levar-se em conta a implantação de sistemas de tratamento de seus efluentes, além de um manejo ambientalmente sustentável, considerando, dentre outros aspectos, a qualidade e a quantidade do alimento fornecido. Bibliografia indicada:--- ARANA, L.V. Princípios químicos da qualidade da água em aquicultura, São Carlos, ed. UFSC, 1997: 166p.--- CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA. Resolução no 357, de 17 de março de 2005. Classificação das águas doces, salobras e salinas do Território Nacional. http://www.lei.adv.br/020-86.htm, 02/05/2005.--- ESTEVES, F.A. Fundamentos de Limnologia. 2a edição, Interciência, Rio de Janeiro, 1998: 602p.--- KUBTIZA, F. Qualidade da água na produção de peixes. 3a edição, CIP - USP, rev. Jundiaí, 1999: 97p.--- UNEP-IECT. Planejamento e gerenciamento de lagos e represa: uma abordagem integrada ao problema de eutrofização. RiMa ed. São Carlos, SP, 2001: 385p.----- fase 1----
fase 2----
fase 3----

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